quinta-feira, 24 de junho de 2010

Um pouco sobre a Guerra Civil Espanhola

Esse sangrento conflito entre as "duas Espanhas", que deixou mais de 500.000 mortos e ficou famoso em todo o mundo pelas múltiplas atrocidades ocorridas, terminou em abril de 1939, com a vitória dos direitistas comandados pelo general Francisco Franco (foto ao lado), que impôs ao país a repressão através de uma ditadura que prosseguiu até 1975, ano de sua morte.
Entretanto, as forças rebeldes foram detidas por milícias ao norte da capital. A entrada na guerra em outubro, junto aos republicanos, da URSS e depois das célebres Brigadas Internacionais permitiu equilibrar temporariamente as forças.
Os dois grupos iniciaram uma guerra de posições, marcada por duras batalhas - Jarama, Belchite e Teruel - e massacres indiscriminados da população civil, especialmente em Guernica, no País Basco, arrasada pela aviação nazista em abril de 1937, com 1.600 mortos.
A chamada Guerra Civil Espanhola foi um conflito bélico deflagrado após um fracassado golpe de estado de um setor do exército contra o governo legal e democrático da Segunda República Espanhola. A guerra civil teve início após um pronunciamento dos militares rebeldes, entre 17 e 18 de julho de 1936, e terminou em 1° de abril de 1939, com a vitória dos rebeldes e a instauração de um regime ditatorial de caráter fascista, liderado pelo general Francisco Franco.
O liberalismo, na Espanha, tinha, desde os inícios do século XIX, sido violentamente anticlerical; entre os anarquistas, muito influentes na Esquerda, o anticlericalismo havia sido sempre particularmente agressivo, ao contrário dos socialistas marxistas. Na medida em que a Guerra Civil foi a conclusão dos enfrentamentos político-ideológicos do século XIX espanhol, a identificação da Igreja com a Direita determinou o anticlericalismo da Esquerda na sua generalidade.
A perseguição anticatólica durante a Guerra Civil apenas continuou um padrão já existente: nos só quatro meses que precederam a guerra civil já 160 igrejas teriam sido incendiadas.De acordo com o artigo espanhol, foram destruídas por volta de 20.000 igrejas, com perdas culturais incalculáveis pela destruição concomitante de retábulos, imagens e arquivos.Muito embora houvessem sido realizados esforços de propaganda pelos republicanos no exterior em favor da liberdade religiosa no entanto, na prática realizou-se de forma semi-clandestina) de forma a não alienar a opinião pública católica internacional e os próprios grupos católicos no campo republicano o campo republicano era em geral anticlerical e apoiava a repressão à Igreja.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Uma Especial Obra de Picasso

Guernica (figura ao lado) é um óleo sobre tela de 349 x 777 cm e foi encarregado pelo governo da República Espanhola para o Pavilhão de Euskadi na Exposição Internacional celebrada em Paris em 1937.
A idéia de propaganda dos republicanos era manifestar a oposição deles ao levante nacional e a guerra provocada pelos rebeldes. Mas Picasso só começou a pintar o quadro após o bombardeio, por sugestão de Juan Larrea, poeta espanhol surrealista residente em Paris.
Para realizar esta obra, Picasso recorreu das fotografias publicadas nos jornais da época que mostravam a cidade em chamas. Através delas, fez uma composição utilizando somente o branco, o preto e o cinza.
A composição está distribuída como um tríptico. O painel central é ocupado por um cavalo agonizante. O quadro reproduz em total seis seres humanos e três animais. A base do triângulo central está assinalada pelo corpo caído do guerreiro morto, um corpo desmembrado, esquartejado e que se transforma em símbolo visual da matança.
Picasso nunca deixou de colocar na parte debaixo das suas obras a assinatura e a data em que as terminou, mas em Guernica este detalhe não aparece. Talvez o autor quisesse com sua omissão expor uma dimensão atemporal à obra.
Com esta obra, Picasso mostra um compromisso político e ideológico que reflete não somente a crueldade de um massacre concreto, mas deixa uma súplica contra a injustiça da guerra e a barbárie do fascismo e o nacional-social que invadiria a Europa mais adiante.
Desde 1981 o quadro está instalado no Museu Reina Sofía de Madrid, pois a vontade do autor era de que ele não pisasse solo espanhol até a morte de Franco em 1975.

Algumas fotos da Guerra Civil Espanhola


Crianças na guerra civil espanhola (1936-1939).
Fotógrafo desconhecido.



Uma das fotos mais famosas da Guerra Civil Espanhola é atribuída a Robert Capa.
O momento exato da morte de um soldado republicano perpetuou a imagem de uma guerra fratricida, primeiro símbolo dos "fascínios ideológicos' que marcariam indelevelmente o século XX.



Na foto, combatentes fazem o “juramento de morte



O conflito na foto de Centelles Osso.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Por quem os sinos dobram


O livro narra a história de Robert Jordan, um jovem norte-americano das Brigadas Internacionais. Professor de Inglês que se tornou conhecedor do uso de explosivos, Jordan recebe a missão de explodir uma ponte por ocasião de um ataque simultâneo à cidade de Segóvia.

Acima de tudo o livro trata, no entanto, da condição humana. O título é referência a um poema, e invoca o absurdo da guerra, mormente a guerra civil espanhola, travada entre irmãos. "Quando morre um homem, morremos todos, pois somos parte da humanidade".Em várias passagens do texto os personagens estranham e se estranham desempenhando os papéis bizarros que se viram forçados a assumir durante a guerra, e fraquejam ao ver nos inimigos seres humanos que poderiam estar de qualquer dos lados da guerra.